domingo, 4 de abril de 2010

Museu é o mundo

Com curadoria de Fernando Cocchiarale e Cesar Oiticica Filho, está no Instituto Itau Cultural, a grande retrospectiva de um dos maiores nomes da arte contemporânea brasileira e mundial.
No 1º andar do edifício que abriga o Instituto, podemos ver os primeiros trabalhos do artistas, ainda quando fazia parte do Grupo Frente, trabalhos carregados de geometrismos e cores fortes. Também nesse andar são expostos alguns dos Metaesquemas que, segundo H.O., seira "uma coisa que fica entre . Que não é pintura, nem desenho, mas na realidade uma evoulção da pintura" (In: Encontros: 265). Ainda nesse andar suas "pinturas" tridimensionais tomam grande parte do espaço expositivo, além de muitas cartas e trechos de anotações do artista a respeito de seus trabalhos. Porém o que mais me marcou nesse primeiro andar foi a possibilidade de poder entrar em um de seus penetráveis (PN1, 1960 - amarelo, ocre, laranja) e finalmente poder entender todo o conceito de ser abraçado pela obra.
Resolvi pular o 1º subsolo, pois é ali que está montada a Tropicália, e parti para o 2ºsubsolo, nesse andar somos convidados a montar nosso próprio Parangolé com tecidos coloridos e alfinetes que se encotram por ai, experiência bem divertida. Também temos a oportunidade de interagir com alguns Bólides, mas o que mais me chamou a atenção nesse último andar foi a projeção de Cosmococa - Programa in Progress, 1973 - segue o texto que escrevi enquanto assistia à projeção: "Ao som de uma certa batucada que mistura sons da cidade, os espectadores são convidados a se sentarem/deitarem, enquanto imagens são projetadas, os espectadores lixam as unhas, o som se mistura e o ambiente ganha mais um som, blues também é tocado, imagens do artista misturadas com cocaína e imagens pop, convidam o espectador a se lixar para as imagens."
Finalmente no 1º subsolo temos Tropicália (PN2 - "A Pureza é um Mito" - 1967).
É uma exposição emocionante, tocante, provocante, enfim traz toda a força de um artista que esteve muito a frente de seu tempo e que mesmo hoje passados 30 anos de sua morte ainda nos instiga.